O século XVIII assistiu a um maior brilho e expansão
dos presépios em S. Miguel, sobretudo devido à influência de escultores
continentais, como Machado de Castro, sendo possível encontrar, ainda hoje,
vários exemplares de "lapinhas" dessa época, em igrejas e casas
particulares. Contribuindo para a sua decoração, é de realçar a produção de
flores artificiais, ou "flores de freiras", nos conventos, a qual
teve grande desenvolvimento nesse século, tendo sido o antigo Convento de Santo
André um dos locais onde a arte decorativa cresceu e se aperfeiçoou de forma
mais notável. Quanto às figuras de barro para os presépios, eram modeladas
localmente, na sua maioria, por artesãos anónimos.
No século XIX, os presépios passaram para o domínio da
arte popular e, em S. Miguel, as "lapinhas" continuam a produzir-se
em espaço doméstico e a título particular, coexistindo com os característicos
"Altares do Menino Jesus". De salientar que essas
"lapinhas" permaneciam em exposição todo o ano, colocadas em cima da
cómoda do quarto de cama.
Com a fundação de fábricas onde o barro era cozido,
vidrado e pintado, na vila da Lagoa, na segunda metade do século XIX dá-se a
expansão e aperfeiçoamento dos bonecos de presépio, que passam a ser produzidos
com a técnica de molde. Nesta arte popular, destacamos a preocupação dos
artífices em representar não só as personagens típicas do presépio, mas também
cenas do quotidiano, como a matança do porco, a mulher na fonte, procissões e
várias figuras, nomeadamente foliões, mulher de capote e capelo, homem de
carapuça, padre, camponês, pescador, ou bandas de música, entre outros.
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